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A criança e suas fontes de energia

Observando as crianças quando iniciam o processo de transição da primeira infância para a segunda, que se configura segunda quando a criança está com idade entre 3 a 6 anos de idade. Percebe-se um aumento de sua energia e de sua disposição para brincar durante períodos curtos, porém com grande intensidade. Portanto e geralmente, tornam-se mais compridas e magras.

A segunda infância é marcada por grandes progressos em relação as habilidades psicomotoras (coordenação motora ampla e fina ou praxis, lateralidade e equilíbrio). Porém, nesta infância que a criança inicia um processo de desenvolvimento físico, onde o corpo vai tomando uma medida mais proporcional e mais próxima a estética adulta, nesta fase suas estruturas físicas deixam de ser tão arredondadas, mas a cabeça ainda é ligeiramente grande em relação ao restante do corpo. Mas, o mais marcante fica por conta de seus músculos que se alongam conforme o crescimento de seus membros superiores e inferiores, os músculos do abdominais também se alongam tornando a barriga menos protuberante e o tórax se torna mais comprido.

Porém, não podemos justificar seu aumento de energia pela razão deste desenvolvimento físico ou cognitivo somente, um fator importante para justificar esta mudança de energia é através de seu “motor-energético”, ou seja, sua fonte de energia. Chegando a este ponto podemos fazer uma comparação em relação ao gasto calórico da criança com o do adulto, os adultos utilizam da glicose como principal meio de queima calórica para utilizar em suas atividades físicas, já na criança ocorre a utilização da fofastocreatina (molécula energética que se concentra no músculo esquelético e que possibilita a atividade anaeróbica do indivíduo), responsável pela atividade física de curta duração (Guedues; Barbanti, 1995).

Observando estas informações se entende melhor o porque as crianças possuem uma facilidade maior em se manter em homeostase do que os adultos. Lucas Guimarães ferreira, 2013, apresenta um estudo onde demonstra a importância da fosfatocreatina na homeostase energética das musculaturas esquelética e cardíaca. Neste estudo ele destaca que a fosfatocreatina é fundamental na promoção da rápida ressíntese da ATP ( Adenosina Trifosfato ) por meio da ação CK ( equação 1 ): MgADP- + PCr2- + H+ ⇔ MgATP2- + Cr (equação 1)

Adenosina trifosfato é a moeda recorrente de energia do organismo, sendo utilizada em diversos processos celulares e indispensável para a manutenção da homeostase celular. A fosfatocreatina é conhecidamente sua fonte mais rápida de regeneração, por meio da enzima creatina quinase. Através do estudo feito (Ferreira, 2013), entende-se que a fosfatocreatina é de suma importância para a ressíntese da ATP e assim consequentemente trazendo maior energia ao indivíduo. Pelo fato de as crianças utilizarem da fosfatocreatina como fonte de gasto calórico e por elas produzirem em maior quantidade esta molécula acabam que possuindo uma renovação energética mais rapidamente que os adultos, assim por diversas vezes se pode perceber que as crianças após brincarem em alta intensidade com grande correria e pulos, elas ficam um pequeno tempo, paradas em algum lugar observando as demais crianças que brincam, este é seu período fisiológico de recuperação energética.

Processo de uso da fosfatocreatina.

“A criança é alegria como o raio de sol e estímulo como a esperança. ” (Coelho neto)

Fontes: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/crescimento-e-mudancas-fisiologicas/15865 http://www.scielo.br/pdf/eins/v12n1/pt_1679-4508-eins-12-1-0126.pdf