Todos os posts de Henrique Rodrigues

Estudante de licenciatura em Educação Física pelo Centro Universitário Metodista IPA.

O exercício físico como prevenção e tratamento de diabetes nas crianças

“Pode soar exagerado, mas é a mais pura realidade: para o diabético, atividade física funciona como remédio. “Tenho vários pacientes que pararam de tomar insulina depois que começaram a se exercitar “.

( Carlos Eduardo Barra Couri , endocrinologista)

Que o exercício físico e a atividade física são essenciais em nossas vidas isso é indiscutível, porém alguns dados recentes nos fazem termos uma atenção a importância dos exercícios na vidas das crianças e adolescentes. A cada ano cresce o número de crianças diagnosticadas com diabetes tipo 1 no Brasil e no mundo, porém um dado preocupante nos mostra outro cenário preocupante, atualmente crescem o número de crianças e adolescentes diagnosticados com diabetes tipo 2, Este fato preocupante ficou em maior evidencia com os estudos apresentados pela American Diabetes Association, ela relembra que há 20 anos este tipo de doença em crianças era raríssimo, atualmente a cada 100 crianças diagnosticadas com diabetes 30 são do tipo 2. Nos EUA anteriormente nos casos diagnosticados de diabetes de 1% a 2% correspondiam a diabetes tipo 2, hoje este número subiu para de 8% a 45%, estes números são preocupantes.

A principal causa do crescimento desta doença nas crianças é em razão do aumento do número de crianças obesas e sedentárias, o excesso de gordura no corpo cria uma resistência a insulina e por este motivo se tem este aumento significativo. A obesidade infantil tem aumentado significativamente em países industrializados e aumentando junto vem o número de crianças sedentárias, o Brasil é o país da América latina com o maior índice de inatividade física pelas crianças, a cada 5 crianças, 4 são sedentárias, com isso o aumento de diabéticos em nosso país tem crescido consideravelmente

A melhor maneira de atuar na prevenção deste aumento é com o aumento da atividade física na vida das pessoas, principalmente nas crianças, os tratamentos para diabéticos incluem uma boa alimentação aliada a exercícios físicos. É simples entender o porquê. dar tchau ao sedentarismo minimiza o principal tormento na vida do diabético: a sobra de açúcar pelo sangue. Isso porque a prática de exercícios estimula a produção de GLUT-4, uma proteína que recolhe a glicose excedente na circulação para finalmente jogá-la dentro da célula. Logo, o paciente precisa de menos insulina para absorver o açúcar.

A Associação Americana de Diabetes – ADA (40) periodicamente publica suas recomendações de atividade física para portadores de DM. O quadro mostra a classificação segundo a intensidade, adotada pela ADA com base no relatório do Surgeon General .

O exercício físico para diabéticos não pode ser limitado a somente aeróbico ou anaeróbico, estudos comprovam uma eficaz melhor de resultados quando são trabalhados os dois condicionamentos simultaneamente. Atividades aeróbicas como correr, nadar, tendem a baixar a glicose no sangue de forma mais imediata, isso porque demandam maior quantidade de energia de nosso corpo, porém atividades anaeróbicas mantem a glicemia mais baixa por um tempo maior e também desenvolver massa magra é ótimo, pelo fato de os músculos serem exímios consumidores de açúcar.

A conclusão através destes estudos é de que os exercícios físicos e atividades físicas atuam tanto como prevenção, quanto a tratamento de diabetes de ambos os tipo, também vale ressaltar que a família deve implementar estes hábitos mais saudáveis em todos os membros da família e não somente querer forçar a criança a praticar atividades. Também podemos perceber a importância dos exercícios físicos na escola, por muitas vezes é o único local em que as crianças terão oportunidade e incentivo para praticarem exercício, assim o profissional de educação física deve entender que seu papel ali pode ser mais importante do que já imaginava, ali ele pode estar ajudando a prevenir futuras doenças e com um com conhecimento, tendo alunos diabéticos saberá conduzi-los da melhor maneira na aula para que possam praticar os exercícios sem que possam também estar prejudicando sua saúde. Concluindo segue abaixo um vídeo super interessante para mostrar as crianças como funciona a diabetes e com isso podendo ter uma conversa com conhecimento e assim incentivá-la a iniciar um processo de vida com hábitos saudáveis.

Animação para explicar como funciona a diabetes tipo 2.

Referências bibliográficas: GABBAY, Mônica; CESARINI, Paulo P.; DIB, Sérgio. Diabetes melito do tipo 2 na infância e adolescência: Revisão de literatura, Jornal da pediatria – 2003, 79 (3), 201 – 208.

BASILIO, Andressa. Diabetes tipo 2 em crianças e a sobrecarga das células. Crescer, 30 de junho de 2014. Disponível em: https://revistacrescer.globo.com/Por-Uma-Infancia-Mais-Saudavel/noticia/2014/06/diabetes-tipo-2-e-sobrecarga-das-celulas.html . Acesso em: 19 de maio de 2019.

Atividade física no diabetes tipo 1 e 2: bases fisiopatológicas, importância e orientação. Disponível em : https://www.diabetes.org.br/ebook/component/k2/item/75-capitulo-8-atividade-fisica-no-diabetes-tipo-1-e-2-bases-fisiopatologicas-importancia-e-orientacao . Acesso em: 19 de maio de 2019.

MANARINI, Thaís. o guia de exercícios para os diabéticos. Saúde, 07 de abril de 2016. Disponível em: https://saude.abril.com.br/fitness/o-guia-de-exercicios-para-os-diabeticos/ . Acesso em: 19 de maio de 2019.

A dança fisioterapêutica

Quando danço, não procuro superar ninguém além de mim mesmo.

Imagem retirada da internet.

Um estudo realizado pelas fisioterapeutas Karina Hollatz e Karine Jacon Sarro teve como objetivo avaliar a eficiência da dança no desenvolvimento de crianças com paralisia cerebral. As duas fisioterapeutas produziram o artigo: “O uso da dança como aspecto lúdico no tratamento fisioterapêutico para criança portadora de paralisia cerebral “. Para este trabalho foi convidada uma paciente de 4 anos de idade do sexo feminino, diagnosticada com paralisia cerebral. Realizou uma ficha de avaliação que foi feita no inicio das sessões e depois após a última sessão para conclusão dos resultados, avaliou-se posturas, transferências, tônus, reflexo, citometria, coordenação motora, equilíbrio e força muscular. Utilizaram do aspecto lúdico para criarem sessões atrativas e divertidas para a paciente e com isso proporcionar melhoras tanto motoras quanto cognitivas.

Para uma criança com paralisia cerebral, o quanto antes ela atingir o equilíbrio sentada, ou seja, conseguir atingir a postura sentada com o tronco ereto de forma autônoma, ela terá mais chances de conseguir atingir o objetivo da marcha. Sabendo disso o estudo foi feito com objetivo de proporcionar este desenvolvimento da paciente para que ela pudesse conquistar a marcha autônoma. Os resultados foram surpreendentes e a paciente atingiu todos os objetivos propostos pelas fisioterapeutas.

A paciente realizava duas sessões semanais de 50 minutos cada, porém sempre foram respeitadas as limitações e desejos da paciente, bem como sinais de cansaço e dores, mas ao trabalhar este processo fisioterapêutico de uma maneira lúdica notou-se que a paciente tinha um interesse em comparecer a todas as sessões e realizá-las quase que sempre até o final. As sessões sempre inciavam com brincadeiras para aquecer e alongar a musculatura e também realizam atividades de equilíbrio para depois inciarem as atividades mais específicas.

Ao término das sessões foram constatados os resultados satisfatórios, como ganho de tônus muscular, aumento de equilíbrio, aumento da coordenação motora e uma significativa melhora da força muscular atingindo o grau 4, que seria um grau onde já consegue vencer uma pequena resistência contra gravidade. Podemos notar aqui a importância da dança em diversos aspectos e acima de tudo nos mostra o quanto pode ser eficiente a dança para trabalhar com crianças, pelo fato de na dança ser muito forte o contexto lúdico e assim tornando-se atrativa e divertida para as crianças. Obviamente também podemos utilizar da dança para aula em escolas onde trabalharíamos tanto questões físicas, quanto cognitivas e através deste artigo proposto pode-se ver a importância e relevância da dança nas crianças de todas as formas

O poder da dança na vida das pessoas enfatizado neste vídeo.

HOLLATZ, Karina; SARRO, Karine Jacon. O uso da dança como aspecto lúdico no tratamento fisioterapêutico para criança portadora de paralisia cerebral, Fisioterapia Brasil – 2005, 6 (3): 223 – 225.

Viagem fantástica do corpo humano

O incrível processo do nascimento até a morte.

Já imaginou embarcar em uma jornada de descobertas e conhecimentos pelo copo humano? É possível graças a tecnologia que hoje nos possibilita desbravarmos cada vez mais o desconhecido e ampliarmos o conhecimento por tudo aquilo que já és conhecido. Imagine conhecer e ver o funcionamento de cada célula do seu corpo, visualizar o seu sistema imunológico entrando em estado de defesa contra vírus e bactérias que entram em nosso organismo, imagine acompanhar todo o desenvolvimento do corpo humano desde o nascimento até a morte e tudo isso não somente com conteúdo teórico, mas com uma prática que provavelmente jamais vimos. Confira abaixo o vídeo documentário realizado pelo programa da rede globo Fantástico, com mediação do Doutor Drauzio Varella, clique no play e deslumbre-se através desta verdadeira viagem fantástica.

Este vídeo nos mostra a importância de entendermos todo nosso processo de desenvolvimento e acima disso nos faz entender a diferença fisiológica de nosso corpo ainda quando somos crianças e todas as transformações que sofremos ao decorrer da vida. Acreditamos ser muito pertinente este documentário não só para se compreender todo o desenvolvimento do corpo humano, mas principalmente para entender que a criança e o adolescente possuem diferenças fisiológicas significativas em relação aos adultos e nestas fases que nosso corpo sofre as maiores mudanças, por este motivo é tão importante entender a fisiologia da criança para assim auxiliar da maneira correta que contribua da melhor maneira para seu desenvolvimento.

Repensando o Handebol na escola.

Pensando nas práticas esportivas aplicadas em escolas, iniciamos um processo de avaliação dos processos pedagógicos e dos treinamentos realizados em escolas com crianças, para avaliar se as propostas respeitam o desenvolvimento e condições físicas das crianças e adolescentes. Neste primeiro momento escolhemos a modalidade do Handebol e para isso nos baseamos no estudo feito por Canciglieri, Melari e Pinheiro, onde os mesmos produziram o artigo “Handebol: Processo pedagógico e especialização precoce”. Artigo este pertinente a uma série de avaliações que serão feitas em relação as modalidades esportivas nas escolas.

O estudo feito pelos autores inicia nos trazendo uma reflexão, onde nos diz que o Handebol é nos faz utilizar de nossas três fases atléticas naturais, ou seja, correr, saltar e arremessar. Pensando através desta frase já é possível perceber como pode se tornar fácil trabalhar o Handebol em escolas, pelo fato de essas três “habilidades” naturais, desenvolvemos logo cedo em nossas vidas. Mas a questão levantada é os métodos utilizados em treinamentos de handebol com crianças e adolescentes, onde o foco não é em seu desenvolvimento motor, cognitivo e social, mas sim um objetivo de alto rendimento desde muito cedo. Com isso os autores nos trazem resultados que mostram, que quando o Handebol aplicado de maneira equivocada com crianças e adolescentes pode trazer malefícios para a vida toda.

O estudo foi realizado em uma escola privada na cidade Araras, na modalidade de Handebol, com crianças em idades entre 07 e 18 anos de idade e com o principal questionamento se os métodos utilizados favorecem a especialização precoce e como consequência o aparecimento de lesões prematuras. Foi realizada uma pesquisa direta-descritiva para observar os pontos propostos e com um total de dez perguntas, com a exceção de ex-atletas que então era uma adicionada pergunta que seria para saber o motivo do abandono da modalidade.

Iniciando o processo de avaliação logo nas respostas das primeiras perguntas já pode ser constatado um equívoco em relação aos métodos trabalhados, pois ao serem questionados sobre a quanto tempo iniciaram os treinamentos, indivíduos que iniciaram há mais de 3 anos, iniciaram por volta dos 10 a 12 anos de idade, que como citam os autores nesta faixa etária as crianças deveriam estar enriquecendo o seu acervo motor e não realizando práticas de auto rendimento. Nas duas próximas perguntas foram questionados a quantidade de dias semanais e horas diárias de treinamento e pode-se observar que grande parte dos indivíduos com idades entre 10 e 12 anos de idade treinavam entre duas e três horas diárias numa periodicidade de 2 a 3 vezes por semana, quando sabe-se que o adequado seria não mais que uma hora diárias e no máximo 3 vezes semanais. Após foram questionados quanto as dores sentidas e os motivos os quais achavam, e grande parte reclamou de dores na região dos braços, coxas e joelhos e acreditam ser pelo excesso de treinamento. Um fator muito pertinente a ser frisado é que os alunos entrevistados citaram que os métodos de treinamento influenciavam para se tornar um treino atraente ou não, por exemplo, muitos destacavam que quando os treinamentos eram somente físicos eles se tornavam chatos, pensando nestas afirmações vale ressaltar a importância em tornar o ambiente lúdico e divertido, principalmente para as crianças.

Um dos últimos questionamentos foi se os alunos já haviam se machucado e se achavam que seria por causa do excesso de treinamento, nos que responderam sim, as lesões citadas principalmente foram em regiões de articulações, principalmente joelhos. Então através deste estudo feito pode-se concluir que a especialização precoce das crianças e adolescentes na prática do Handebol de maneira competitiva pode trazer malefícios que podem tornarem-se crônicos, os altos impactos nas articulações e o contato direto contra adversários faz com que as lesões sejam recorrentes. Agora seria equívoco dizer que o handebol não se deve ser praticado em escola, deve ser dizer que a maneira que ele será praticado deve ter uma adaptação totalmente voltada para respeitar o desenvolvimento das crianças e ainda mais auxiliar no seu desenvolvimento físico, cognitivo e social. O handebol é considerado um esporte com perfeita interação formativa educacional e esportiva, podendo ser jogado por ambos os sexos, ainda mais o handebol pode trazer benefícios em todos os aspectos necessários para um ótimo desenvolvimento da criança, porém para isso deve ser pensado o método utilizado .

Referencial:

CANCIGLIERI, Paulo Henrique; MELARI, Leila Felicio; PINHEIRO, Priscila Ubiall. Handebol – processo pedagógico e especialização precoce, Revista Mackenzie de Educação Física e esporte – 2008, 7 (3): 79-82.


“O esporte tem a capacidade de transformar pensamentos, quebrar paradigmas, educando os estudantes pelo movimento e interação social”.


Diogo Diedrich

o não, ao exercício adaptado.


“ A criança não é uma miniatura do adulto,
e sua mentalidade não é só qualitativa, 
mas também quantitativamente diferente da do adulto, 
de modo que a criança não é só menor,
mas também diferente.

Claparède, 1937.

Sabe-se que o treinamento direcionado as crianças e adolescentes não deve ser mesmo que para adultos, ainda assim presenciamos profissionais adaptando atividades físicas para as crianças através de diminuição de carga ou até mesmo de tempo, quando em relação aos direcionados a adultos. Isto não só é equivocado como pode prejudicar permanentemente a criança e adolescente submetido a estes treinamentos desapropriados. Segundo Weineck (1991), os exercícios devem ser diferentes pelo fato de crianças e adolescentes estarem em desenvolvimento contínuo, sofrendo inúmeras transformações físicas, psíquicas e sociais, tendo consequências que influenciam nas atividades corporais, bem como na capacidade de suportar cargas. O treinamento e/ou atividade física deve ser planejado considerando-se as etapas de desenvolvimento fisiológico natural do individuo, que são segundo Weineck (1991), idade pré-escolar, primeira infância escolar, primeira fase puberal, segunda fase puberal ou adolescência.

Segundo Massiote (1985), evidencia estudos realizados por Shepard e levalee, onde crianças que foram submetidas a um programa especial de educação física, com cinco sessões de uma hora, por semana, possuíam uma capacidade de trabalho superior, do que os inscritos no programa regular de quarenta minutos, uma vez por semana. O inicio deste processo evolutivo de desenvolvimento se dá, na sua grande parte dentro da escola e segundo Weineck (1991), é ineficiente nos moldes adotados nos dias atuais, onde as aulas são ministradas em no máximo duas vezes por semana. Estes são motivos claros para demonstrar a importância da Educação Física na escola e  o porque ela deve ser valorizada da mesma maneira de que outras disciplinas. Sabemos que muito do descaso que hoje a Educação Física recebe é em razão do descuidado com a qualidade das aulas que alguns professores acabam tendo. As aulas de Educação Física devem ser ministradas sempre com um intuito maior do que somente estimular a prática de esportes ou atividades físicas, dela devem possuir um caráter mais incisivo na vidadas crianças e demonstrar o porquê estas aulas são importantes, e mostrar quais os benefícios que aquela aula em questão esta proporcionando ao estudante, infelizmente ainda nos falta o apodera mento e conhecimento da base teórica para defendermos as nossas aulas de Educação Física.

A velocidade de crescimento, se dá em etapas atingindo certa estabilidade na idade pré-escolar, voltando a acelerar na puberdade, isso é fator determinante para estabelecer-se parâmetros de treinamento  com carga, pois não há equivalência com a fase adulta. Durante o exercício algumas alterações ocorrem no organismo da criança e do adolescente, estas alterações são resposta ao esforço, pois o organismo tende a adaptar-se, ocorrendo diferenças na comparação com adultos.

 Na idade pré-escolar (3-7 anos), segundo Pini e Carazzato (1983), a criança deve participar das atividades naturais como andar, saltar, correr, etc. Já na primeira infância (6/7 -10 anos), com altura e peso aumentando paralelamente, esta fase propicia para a aprendizagem de novas habilidades motoras. Na pubersência é considerada a fase da desproporcionalidade, que segundo Weineck (1991), é gerado pela testosterona ( nos meninos) e outros hormônios. Nesta fase de treinamento deve conter estímulos prazerosos, pois esta série de modificações correndo ao mesmo tempo (bio-psico-sociais), o jovem tende a desmotivar-se com facilidade.  E na adolescência se encontra o estágio mais propicio para o treinamento de técnicas específicas  das modalidades esportivas.

Existem estes parâmetros citados por Weineck (1991), porém sabemos que existem outras teorias as quais podemos nos basear, ou seja, podemos nos basear nas teorias de desenvolvimento criadas por Jean Piaget, onde de certa forma acabam se assemelhando com as de Weineck, ou podemos ir além e compreender a singularidade de cada indivíduo e analisarmos seu contexto social que sabemos a enorme influência que o meio onde o individuo esta inserida exerce sobre ela. Neste caso podemos nos capacitar através das teorias de Vygotsky onde ele compreende que o desenvolvimento da criança se dá muito em volta ao seu contexto social e que particularmente acredito ser o mais apropriado para as condições as quais as escolas no Brasil estão.  Indiferente a qual teoria utilizar para basear suas aulas, o que deve ser considerado acima de tudo é que cada criança e adolescente possui sua individualidade e o professor de educação física é o que mais deve saber perceber e trabalhar em cima desta individualidade. Cabe a nós da educação, entendermos que as aulas de educação física são de grande importância para todos os aspectos de qualidade de vida de nossos estudantes e que devemos nos empenhar em possuirmos o máximo de conhecimento para proporcionar aos estudantes uma aula em que somente agregue ao seu desenvolvimento como um todo, trabalhando sua aptidão física, mas também seu desenvolvimento cognitivo e social.

Este texto foi produzido com base no artigo publicado pela revista EFdeportes.com no ano de 2002. Artigo escrito pelo Professor Ricardo Valente.

site para conferir o artigo completo:
https://www.efdeportes.com/efd54/trein.htm

Efeitos fisiológicos

Esta postagem foi baseada no estudo e artigo realizado por Tiago Guilherme Chicoski Tolentino Braga e Maria Gisele dos Santos, nomeado de: Efeitos fisiológicos na criança e adolescente durante e após o exercício físico (2014), publicado pela revista digital EFdeportes.com no ano de 2015.

Importância da atividade física na vida das crianças.

Podemos perceber que crianças e adolescentes, tanto funcionalmente quanto estruturalmente. Não são semelhantes aos adultos. As modificações fisiológicas que ocorrem em nosso organismo ao decorrer da vida, até que se atinja o estado de maturidade podem ser tão grandes ou até maiores que adaptações provenientes de um programa de treinamento. Sabe-se que a criança possui uma capacidade anaeróbica inferior aos adultos e adolescentes e a constatação deste conceito se dá através de algumas hipóteses dadas por algumas pesquisas, por exemplo, crianças possuem um menor estoque de creatina-fosfato e glicogênio muscular, menor atividade das enzimas fosforilase, fosfofrutoquinase e lactatodesidrigenase e níveis  mais baixos de testosterona. Como consequência a isso há uma menor ação desse hormônio sobre a musculatura esquelética.

Devido a estas diferenças as crianças e adolescentes irão reagir de uma maneira diferente a estímulos ocasionados pela atividade física. Podemos destacar alguns efeitos fisiológicos ocorridos na criança e adolescente durante o exercício físico como: A capacidade aeróbica máxima parece aumentar proporcionalmente a altura e a frequência até os 17-18 anos, tendendo a diminuir a partir daí, a frequência cardíaca máxima é maior em crianças do que adultos, sendo por volta dos 10 anos às frequências mais altas, diminuindo gradativamente a partir desta idade. O treinamento para crianças e adolescentes deve estar relacionado ao interesse de cada faixa etária, respeitando a fase de desenvolvimento fisiológico.

Sabemos que o exercício ou atividade física são de grande importância para a saúde tanto de crianças, quanto para adultos, e por ser na fase da infância que estamos nos formando e é comprovado que manter nossa infância saudável e com hábitos saudáveis, faz com que possamos nos tornar adultos mais saudáveis e ativos, claro que considerando que a partir da vida adulta possamos manter os mesmos cuidados com o copo. Sendo mais específico, podemos citar como principais benefícios psicológicos para a criança como estimular a socialização, antídoto natural de vícios, maior empenho na busca de objetivos, diminuição do estresse e reforça a autoestima. Em relação aos aspectos fisiológicos, o treinamento físico ou atividade física, proporciona a melhora do condicionamento cardiovascular e aptidão física, está associada a diminuição dos níveis de lipídeos plasmáticos, índice de massa corporal, menor pressão sanguínea sistólica e diastólica e menor porcentagem de gordura corporal.

Com base na análise deste artigo pode ser mais concretizada a importância das atividades físicas para as crianças e como os autores citam, pode-se concluir que é fundamental o conhecimento dos aspectos fisiológicos das crianças e adolescentes para que seja possível a prescrição de exercícios de forma adequada para que estas possuam uma melhor qualidade de vida. Os profissionais que irão trabalhar com crianças precisam conhecer as diferenças fisiológicas delas e compreender que todas as atividades que serão direcionadas a elas devem estar totalmente relacionadas as suas limitações e mais importante que isso, precisam estar relacionadas aos aspectos fisiológicos que podem e devem ser aprimorados nesta fase importante de nossas vidas.


O esporte tem a capacidade de transformar pensamentos educando o jovem pelo prazer. (Elijarbas Rocha)

A criança e suas fontes de energia

Observando as crianças quando iniciam o processo de transição da primeira infância para a segunda, que se configura segunda quando a criança está com idade entre 3 a 6 anos de idade. Percebe-se um aumento de sua energia e de sua disposição para brincar durante períodos curtos, porém com grande intensidade. Portanto e geralmente, tornam-se mais compridas e magras.

A segunda infância é marcada por grandes progressos em relação as habilidades psicomotoras (coordenação motora ampla e fina ou praxis, lateralidade e equilíbrio). Porém, nesta infância que a criança inicia um processo de desenvolvimento físico, onde o corpo vai tomando uma medida mais proporcional e mais próxima a estética adulta, nesta fase suas estruturas físicas deixam de ser tão arredondadas, mas a cabeça ainda é ligeiramente grande em relação ao restante do corpo. Mas, o mais marcante fica por conta de seus músculos que se alongam conforme o crescimento de seus membros superiores e inferiores, os músculos do abdominais também se alongam tornando a barriga menos protuberante e o tórax se torna mais comprido.

Porém, não podemos justificar seu aumento de energia pela razão deste desenvolvimento físico ou cognitivo somente, um fator importante para justificar esta mudança de energia é através de seu “motor-energético”, ou seja, sua fonte de energia. Chegando a este ponto podemos fazer uma comparação em relação ao gasto calórico da criança com o do adulto, os adultos utilizam da glicose como principal meio de queima calórica para utilizar em suas atividades físicas, já na criança ocorre a utilização da fofastocreatina (molécula energética que se concentra no músculo esquelético e que possibilita a atividade anaeróbica do indivíduo), responsável pela atividade física de curta duração (Guedues; Barbanti, 1995).

Observando estas informações se entende melhor o porque as crianças possuem uma facilidade maior em se manter em homeostase do que os adultos. Lucas Guimarães ferreira, 2013, apresenta um estudo onde demonstra a importância da fosfatocreatina na homeostase energética das musculaturas esquelética e cardíaca. Neste estudo ele destaca que a fosfatocreatina é fundamental na promoção da rápida ressíntese da ATP ( Adenosina Trifosfato ) por meio da ação CK ( equação 1 ): MgADP- + PCr2- + H+ ⇔ MgATP2- + Cr (equação 1)

Adenosina trifosfato é a moeda recorrente de energia do organismo, sendo utilizada em diversos processos celulares e indispensável para a manutenção da homeostase celular. A fosfatocreatina é conhecidamente sua fonte mais rápida de regeneração, por meio da enzima creatina quinase. Através do estudo feito (Ferreira, 2013), entende-se que a fosfatocreatina é de suma importância para a ressíntese da ATP e assim consequentemente trazendo maior energia ao indivíduo. Pelo fato de as crianças utilizarem da fosfatocreatina como fonte de gasto calórico e por elas produzirem em maior quantidade esta molécula acabam que possuindo uma renovação energética mais rapidamente que os adultos, assim por diversas vezes se pode perceber que as crianças após brincarem em alta intensidade com grande correria e pulos, elas ficam um pequeno tempo, paradas em algum lugar observando as demais crianças que brincam, este é seu período fisiológico de recuperação energética.

Processo de uso da fosfatocreatina.

“A criança é alegria como o raio de sol e estímulo como a esperança. ” (Coelho neto)

Fontes: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/crescimento-e-mudancas-fisiologicas/15865 http://www.scielo.br/pdf/eins/v12n1/pt_1679-4508-eins-12-1-0126.pdf