O exercício físico como prevenção e tratamento de diabetes nas crianças

“Pode soar exagerado, mas é a mais pura realidade: para o diabético, atividade física funciona como remédio. “Tenho vários pacientes que pararam de tomar insulina depois que começaram a se exercitar “.

( Carlos Eduardo Barra Couri , endocrinologista)

Que o exercício físico e a atividade física são essenciais em nossas vidas isso é indiscutível, porém alguns dados recentes nos fazem termos uma atenção a importância dos exercícios na vidas das crianças e adolescentes. A cada ano cresce o número de crianças diagnosticadas com diabetes tipo 1 no Brasil e no mundo, porém um dado preocupante nos mostra outro cenário preocupante, atualmente crescem o número de crianças e adolescentes diagnosticados com diabetes tipo 2, Este fato preocupante ficou em maior evidencia com os estudos apresentados pela American Diabetes Association, ela relembra que há 20 anos este tipo de doença em crianças era raríssimo, atualmente a cada 100 crianças diagnosticadas com diabetes 30 são do tipo 2. Nos EUA anteriormente nos casos diagnosticados de diabetes de 1% a 2% correspondiam a diabetes tipo 2, hoje este número subiu para de 8% a 45%, estes números são preocupantes.

A principal causa do crescimento desta doença nas crianças é em razão do aumento do número de crianças obesas e sedentárias, o excesso de gordura no corpo cria uma resistência a insulina e por este motivo se tem este aumento significativo. A obesidade infantil tem aumentado significativamente em países industrializados e aumentando junto vem o número de crianças sedentárias, o Brasil é o país da América latina com o maior índice de inatividade física pelas crianças, a cada 5 crianças, 4 são sedentárias, com isso o aumento de diabéticos em nosso país tem crescido consideravelmente

A melhor maneira de atuar na prevenção deste aumento é com o aumento da atividade física na vida das pessoas, principalmente nas crianças, os tratamentos para diabéticos incluem uma boa alimentação aliada a exercícios físicos. É simples entender o porquê. dar tchau ao sedentarismo minimiza o principal tormento na vida do diabético: a sobra de açúcar pelo sangue. Isso porque a prática de exercícios estimula a produção de GLUT-4, uma proteína que recolhe a glicose excedente na circulação para finalmente jogá-la dentro da célula. Logo, o paciente precisa de menos insulina para absorver o açúcar.

A Associação Americana de Diabetes – ADA (40) periodicamente publica suas recomendações de atividade física para portadores de DM. O quadro mostra a classificação segundo a intensidade, adotada pela ADA com base no relatório do Surgeon General .

O exercício físico para diabéticos não pode ser limitado a somente aeróbico ou anaeróbico, estudos comprovam uma eficaz melhor de resultados quando são trabalhados os dois condicionamentos simultaneamente. Atividades aeróbicas como correr, nadar, tendem a baixar a glicose no sangue de forma mais imediata, isso porque demandam maior quantidade de energia de nosso corpo, porém atividades anaeróbicas mantem a glicemia mais baixa por um tempo maior e também desenvolver massa magra é ótimo, pelo fato de os músculos serem exímios consumidores de açúcar.

A conclusão através destes estudos é de que os exercícios físicos e atividades físicas atuam tanto como prevenção, quanto a tratamento de diabetes de ambos os tipo, também vale ressaltar que a família deve implementar estes hábitos mais saudáveis em todos os membros da família e não somente querer forçar a criança a praticar atividades. Também podemos perceber a importância dos exercícios físicos na escola, por muitas vezes é o único local em que as crianças terão oportunidade e incentivo para praticarem exercício, assim o profissional de educação física deve entender que seu papel ali pode ser mais importante do que já imaginava, ali ele pode estar ajudando a prevenir futuras doenças e com um com conhecimento, tendo alunos diabéticos saberá conduzi-los da melhor maneira na aula para que possam praticar os exercícios sem que possam também estar prejudicando sua saúde. Concluindo segue abaixo um vídeo super interessante para mostrar as crianças como funciona a diabetes e com isso podendo ter uma conversa com conhecimento e assim incentivá-la a iniciar um processo de vida com hábitos saudáveis.

Animação para explicar como funciona a diabetes tipo 2.

Referências bibliográficas: GABBAY, Mônica; CESARINI, Paulo P.; DIB, Sérgio. Diabetes melito do tipo 2 na infância e adolescência: Revisão de literatura, Jornal da pediatria – 2003, 79 (3), 201 – 208.

BASILIO, Andressa. Diabetes tipo 2 em crianças e a sobrecarga das células. Crescer, 30 de junho de 2014. Disponível em: https://revistacrescer.globo.com/Por-Uma-Infancia-Mais-Saudavel/noticia/2014/06/diabetes-tipo-2-e-sobrecarga-das-celulas.html . Acesso em: 19 de maio de 2019.

Atividade física no diabetes tipo 1 e 2: bases fisiopatológicas, importância e orientação. Disponível em : https://www.diabetes.org.br/ebook/component/k2/item/75-capitulo-8-atividade-fisica-no-diabetes-tipo-1-e-2-bases-fisiopatologicas-importancia-e-orientacao . Acesso em: 19 de maio de 2019.

MANARINI, Thaís. o guia de exercícios para os diabéticos. Saúde, 07 de abril de 2016. Disponível em: https://saude.abril.com.br/fitness/o-guia-de-exercicios-para-os-diabeticos/ . Acesso em: 19 de maio de 2019.

A dança fisioterapêutica

Quando danço, não procuro superar ninguém além de mim mesmo.

Imagem retirada da internet.

Um estudo realizado pelas fisioterapeutas Karina Hollatz e Karine Jacon Sarro teve como objetivo avaliar a eficiência da dança no desenvolvimento de crianças com paralisia cerebral. As duas fisioterapeutas produziram o artigo: “O uso da dança como aspecto lúdico no tratamento fisioterapêutico para criança portadora de paralisia cerebral “. Para este trabalho foi convidada uma paciente de 4 anos de idade do sexo feminino, diagnosticada com paralisia cerebral. Realizou uma ficha de avaliação que foi feita no inicio das sessões e depois após a última sessão para conclusão dos resultados, avaliou-se posturas, transferências, tônus, reflexo, citometria, coordenação motora, equilíbrio e força muscular. Utilizaram do aspecto lúdico para criarem sessões atrativas e divertidas para a paciente e com isso proporcionar melhoras tanto motoras quanto cognitivas.

Para uma criança com paralisia cerebral, o quanto antes ela atingir o equilíbrio sentada, ou seja, conseguir atingir a postura sentada com o tronco ereto de forma autônoma, ela terá mais chances de conseguir atingir o objetivo da marcha. Sabendo disso o estudo foi feito com objetivo de proporcionar este desenvolvimento da paciente para que ela pudesse conquistar a marcha autônoma. Os resultados foram surpreendentes e a paciente atingiu todos os objetivos propostos pelas fisioterapeutas.

A paciente realizava duas sessões semanais de 50 minutos cada, porém sempre foram respeitadas as limitações e desejos da paciente, bem como sinais de cansaço e dores, mas ao trabalhar este processo fisioterapêutico de uma maneira lúdica notou-se que a paciente tinha um interesse em comparecer a todas as sessões e realizá-las quase que sempre até o final. As sessões sempre inciavam com brincadeiras para aquecer e alongar a musculatura e também realizam atividades de equilíbrio para depois inciarem as atividades mais específicas.

Ao término das sessões foram constatados os resultados satisfatórios, como ganho de tônus muscular, aumento de equilíbrio, aumento da coordenação motora e uma significativa melhora da força muscular atingindo o grau 4, que seria um grau onde já consegue vencer uma pequena resistência contra gravidade. Podemos notar aqui a importância da dança em diversos aspectos e acima de tudo nos mostra o quanto pode ser eficiente a dança para trabalhar com crianças, pelo fato de na dança ser muito forte o contexto lúdico e assim tornando-se atrativa e divertida para as crianças. Obviamente também podemos utilizar da dança para aula em escolas onde trabalharíamos tanto questões físicas, quanto cognitivas e através deste artigo proposto pode-se ver a importância e relevância da dança nas crianças de todas as formas

O poder da dança na vida das pessoas enfatizado neste vídeo.

HOLLATZ, Karina; SARRO, Karine Jacon. O uso da dança como aspecto lúdico no tratamento fisioterapêutico para criança portadora de paralisia cerebral, Fisioterapia Brasil – 2005, 6 (3): 223 – 225.

Viagem fantástica do corpo humano

O incrível processo do nascimento até a morte.

Já imaginou embarcar em uma jornada de descobertas e conhecimentos pelo copo humano? É possível graças a tecnologia que hoje nos possibilita desbravarmos cada vez mais o desconhecido e ampliarmos o conhecimento por tudo aquilo que já és conhecido. Imagine conhecer e ver o funcionamento de cada célula do seu corpo, visualizar o seu sistema imunológico entrando em estado de defesa contra vírus e bactérias que entram em nosso organismo, imagine acompanhar todo o desenvolvimento do corpo humano desde o nascimento até a morte e tudo isso não somente com conteúdo teórico, mas com uma prática que provavelmente jamais vimos. Confira abaixo o vídeo documentário realizado pelo programa da rede globo Fantástico, com mediação do Doutor Drauzio Varella, clique no play e deslumbre-se através desta verdadeira viagem fantástica.

Este vídeo nos mostra a importância de entendermos todo nosso processo de desenvolvimento e acima disso nos faz entender a diferença fisiológica de nosso corpo ainda quando somos crianças e todas as transformações que sofremos ao decorrer da vida. Acreditamos ser muito pertinente este documentário não só para se compreender todo o desenvolvimento do corpo humano, mas principalmente para entender que a criança e o adolescente possuem diferenças fisiológicas significativas em relação aos adultos e nestas fases que nosso corpo sofre as maiores mudanças, por este motivo é tão importante entender a fisiologia da criança para assim auxiliar da maneira correta que contribua da melhor maneira para seu desenvolvimento.